quarta-feira, 4 de março de 2009

Gratidão

Hoje, aqui na rede, deitada com ele ao meu lado, descubro em mim um sentimento diferente do amor.
Esse sentimento me faz lembrar de cada pessoa em minha vida e de cada volta que ela deu. De cada canto que eu conheci e de cada tchau que eu dei. Me comove por cada lágrima derramada por um amigo, por uma paixão, por um projeto...
É um sentimento limpo, puro, não quer nada mais do que o cheiro, o sabor e o som de um muito obrigado... Quando paro pra repensar as coisas que passaram, me pego sorrindo. Sei, tenho certeza disso, que não acertei todas as vezes, mas procurei fazer sempre o melhor, o meu melhor para que o outro fosse melhor e eu me tornasse melhor ainda... Autruísmo? Não, muitas vezes foi egoísmo mesmo. Pois, na possibilidade do outro estar bem eu também me sinto bem...
Ele se mexe na rede e me tira dos devaneios, eu volto a sentir o cheiro dele, o peso, minhas mãos começam um carinho em seu braço... Forte de homem maduro e trabalhador, suave de amante... Seu rosto, com a barba recém feita está tão sereno que nem parece cansado dos dias que tem passado. Eu amo aquele homem, e mais uma vez o sentimento aparece...
Um sentimento arrebatador que muitas vezes senti no olhar de um aluno, de uma escoteira, de uma universitária, o sentimento que me mantém sendo o que sou... Olho pro céu e agradeço, agradeço a Deus por me dar aquele momento e tantos outros que vivo. Sou, pelo menos me sinto, melhor por ter isso.
E, como num carrossel, Deus passa a escutar todos os meus agradecimentos por cada pessoa em minha vida. Cada Ferpa, cada Gigante, cada Formiga ou Florzinha, por todas as frutas do meu pomar e por cada uma que tem aquele sorriso maravilhosamente grande que nem gosta tanto que eu me preocupe com ela e todas as outras pessoas tantas responsáveis pela minha felicidade mesmo sem saber...
Sim, sou grata, grata pela minha vida louca e sossegada ao mesmo tempo em que num segundo estou só e no outro estou ao lado dele... Mais uma vez ele resmunga, mas dessa vez aproximo meu rosto do seu para tentar entender o que diz, sou pega desprevinida:
-- Mang, eu te amo!
E um beijo começa e encerra nossa conversa. Nada mais posso falar, pois de meu devaneio solitário fui arrebatada para a loucura do amor ao lado do homem amado.

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