quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Encantos

Uma boa amizade. Um cachorrinho nascendo. Um pássaro cantando pela manhã na janela. Um dia de sol. A chuva ao fim das tardes de calor.
O mar. Um barquinho no lago. Um ventilador nos dias quentes (ou ar condicionado)... Uma criança sorrindo. Uma mãe cantando uma cantiga de ninar.
O escuro para o sono. O aconchego de um abraço. O sabor de uma voz. A felicidade do reencontro.
A certeza de um amor. A alegria de um sonho realizado. O desejo de fazer.
Uma rede. Um livro. O som suave da água correndo ao fundo. O estrondo da cachoeira que nos deixa sem fala.
O peixe subindo a corrente. O rio encontrando o mar. O avião saindo do chão. Um navio chegando ao porto.
Dormir ao som da chuva. Acordar ao som de um bom dia. Sorrir depois de um "obrigado". Agradecer com um "obrigado".
Acertar no presente. Comer com a mesa cheia (de gente e de comida). A alegria do Natal. O desejo de um ano novo. A esperança da renovação.
Um recomeço. O fim perfeito de um projeto. O sorriso de acerto. O levantar depois de um erro.
O olhar apaixonado. O beijo molhado. O cheiro da terra molhada. Leite tirado na hora. Pão com manteiga quentinho. Queijo fresco do sítio.
O sonho perfeito. O sorriso de uma criança. A harmonia do coral. O pássaro fazendo ninho. O prazer de escrever.
Um olhar. O olhar. O COMPARTILHAR.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Harmonia


Mais uma vez falo sobre sons. Estou numa sala cheia deles. Só que me sinto estranha. Os sons estão aí, junto comigo e eu me sinto perdida no meio deles...

Tantas palmas e sílabas melódicas e compassos e eu sem conseguir juntá-los em harmonia. Uma coisa de cada vez! - penso - Não consigo fazer tudo ao mesmo tempo. Como é possível!!!

Nesse momento queria ser uma gaivota. Porque?! Porque voa, pesca, "pia" e faz tudo a mesmo tempo! É a armonia que procuro. Voando, as asas abertas batem dentro de um ritmo perfeito... Uma vez ou outra pende pra um lado ou para o outro para acertar melodia do voo!

Numa nota vê o peixe lá embaixo e desce a escala até lá para encontrar na água o recomeço da frase melódica...

Ela, a gaivota, é livre na música.... Ela vibra, sente, entra no ritmo...

Eu?! Eu só faço uma coisa ou outra. A menos que escreva. Porque nisso sim, faço tudo ao mesmo tempo.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Momento

Ah! A sensação de paz.... São 4 horas da tarde. Estou deitada na rede. Um livro por companheiro...
O silêncio de uma casa do campo é quebrado apenas pelos pássaros e outros sons vindos do bosque.
Eles?! Foram pescar. Ela? Dorme no quarto. Eu? Bem, eu estou aqui, na rede com meu livro...
Leio uma frase. Um momento de reflexão da personagem que me faz refletir sobre minha própria vida. Fecho os olhos, sinto uma felicidade se instalando em mim.
Lembro das coisas que faço. Dos amigos. Dele. Quando meu pensamento chega nele o sorriso perfeito se faz em meu rosto...
No meio disso escuto um barulho. Sobressalto mas antes de abrir os olhos sinto o cheiro dele...
-- Cheguei...
O sorriso volta e eu não abro os olhos, desejo prolongar essa sensação pelo maior tempo possível... Segundos que parecem eternidade passam e eu respondo abrindo os olhos...
-- Oi!
E um beijo me trás de volta a minha realidade.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Pra Lembrá da federá



Coisas boas sempre passam,
Assim como as ruins.
Talvez a diferença esteja,
No que a gente deseja.

As ruins a gente quer esquecer,
As boas queremos lembrar.
Então, eternizando a Federá,
Fiz isso pra você guardá!

A Lari passou na Federal! Por isso o poeminha que improvisei pra ela!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Lenda do Lago Mágico


Há muitos muitos anos, no local onde hoje se ergue a cidade de Leiria, viveu uma princesa, conhecida de todos pela sua bondade e sensibilidade. Toda a sua vida a princesa conhecera a felicidade. Tivera uma infância e adolescência alegres, sem que nada nunca lhe faltasse. Desde a família até ao seu povo todos a amavam e lhe queriam bem.
Quando completou dezoito anos, perante a ideia de casar, a princesa disse aos seus pais que casaria sim, mas só quando encontrasse aquele com quem sentisse a união e harmonia que desejava. Os pais garantiram-lhe que só a casariam com quem ela quisesse.
Por essas alturas lutava-se uma guerra a sul, e muitos princípes vinham de longe, com os seus exércitos a caminho de aventuras. Toda essa agitação, colorido e entusiasmo fascinavam a princesa. Foi numa dessas vezes, em que a princesa observava os preparativos militares, que notou um jovem príncipe muito elegante que logo começou a conversar com ela.
Não foi preciso muito para que os dois sentissem necessidade de passar juntos todo o tempo que podiam, conversando e passeando. Caminhavam pelos arredores do palácio, contando tudo sobre as suas vidas, e a princesa mostrava todos os locais que eram importantes para si. Em especial o seu vale preferido, onde sempre corria nos momentos de tristeza, quando queria estar mais perto de si própria. Foi lá que deram o primeiro beijo e que pela primeira vez declararam o seu amor um pelo outro.
Mas cedo chegou o dia em que o exército partiu para a guerra. A despedida dos dois apaixonados foi o momento mais triste até aí vivido pela princesa. Sentiu como se parte de si fosse também com o seu príncipe. Como se ficasse vazia. Como se tivesse já envelhecido sem ele.
A partir desse momento os dias da princesa foram vividos sem alegria. A ansiedade por notícias do seu amado consumia-a. Todos notavam a diferença. Sem o sorriso e o constante brilho da princesa toda a terra parecia mais pobre. Mas após algumas semanas, a fatídica notícia chegou. Homens feridos regressados do combate contaram como o exército do príncipe tinha sido derrotado, e ele se contava entre os muitos mortos.
Foi mais do que a princesa conseguia suportar. Correu para casa, fechou-se no seu quarto, e durante dias ninguém conseguiu falar com ela, nem os pais, nem os irmãos, nem as criadas em quem mais confiava. Deixou-se ficar, impávida, como que definhando por dentro.
Um dia, para surpresa de todos, a princesa levantou-se do seu leito, atravessou o palácio, e saiu. Ninguém a tentou parar, pois todos sabiam da sua dor, e sabiam que algo de importante estava para acontecer. Em reverência, olharam-na e seguiram-na à distância.
Viram a princesa correr. Correu até mais não poder, e só parou quando chegou ao seu lugar preferido, o bonito vale que lhe servia de conselheiro. Aí ajoelhou-se e, pela primeira vez desde que recebera a notícia, chorou. Chorou toda a tristeza que lhe ia na alma. Chorou toda a dor calada durante os dias anteriores. Chorou toda a beleza perdida para sempre dentro de si. Chorou o amor que não viria mais a sentir. Chorou durante todo o dia e toda a noite. Chorou até adormecer exausta.
Nessa noite a princesa sonhou que o seu amado viera confortá-la. Que estava do outro lado do vale à sua espera. Acordou ainda antes do romper da aurora, convicta de que o seu sonho era real. Levantou-se e correu em frente, para atravessar o vale e encontrar aquele cujo regresso tanto desejava.
Ao correr sentiu os pés molhados, talvez pela humidade da manhã. Logo de seguida as pernas, os joelhos, o tronco. A princesa percebeu que onde antes estivera um vale havia agora um lago. Um lago nascido das suas lágrimas.
A princesa não deixou que isso a travasse, e nadou até à outra margem. Aí, exactamente onde sabia que o encontraria, viu o seu príncipe que jazia ferido no chão. Não estava morto, como por engano a tinham feito acreditar. Estava cansado, um pouco ferido, mas bem. O príncipe, ouvindo um ruído, acordou para ver à sua frente a mulher que amava, ainda molhada do lago que acabara de atravessar. Abraçaram-se ambos e prometeram nunca mais se deixar.
Os dois casaram, e reza a lenda que foram muito felizes, vivendo uma longa vida de paz e amor lado a lado. Servido de exemplo de harmonia e bondade para todo o povo.
Quanto ao lago, continua ali, bonito, imponente, junto à cidade de Leiria. Os leirienses dizem-no mágico. É um símbolo de desejos realizados e de amores indestrutíveis. Sabem que ao banhar-se nas suas águas encontram uma magia inexplicável. Algo que lhes muda as vidas e que só poderia ter vindo de todo o amor e bondade da antiga princesa.
Ainda hoje os leirienses procuram o lago em momentos especiais. Às vezes para desabafar as suas mágoas, ou mesmo para que as suas lágrimas se juntem às da princesa. Outras vezes para pedirem que a pessoa amada regresse. Diz-se que ao banhar-se nas águas do lago uma pessoa encontra mais facilmente o amor da sua vida. E diz-se ainda que uma jura sincera de amor feita junto ao lago, resulta num amor que ninguém poderá quebrar.





Essa história pertence a 1000faces, grande escritor e jornalista do Reino de Portugal, e foi escrita de "uma recolha de Mil Faces baseada nas lendas de Leiria, contadas pelos habitantes. Foi inspirada pelas conversas com os locais, principalmente as Damas Vst e Sbcruglio, e é uma homenagem à cidade de Leiria. - texto retirado do forum do RPG Reinos da Renascença"

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Feliz Aniversário!

Eu já fiz presentes de aniversário pra tanta gente aqui mas me encontro com um dilema. O que escrever no dia do MEU! :)
Ano passado escrevi sobre ter 33 anos... Mas não quero falar sobre os 34! Não... Não é que eu esteja achando ruim fazê-los, não tenho problema com isso, é que eu pensei em falar de como é bom fazer aniversário.
Então comecemos. Fazer aniversário é bom porque a gente tem um dia especial nosso. Pode parecer bobagem, mas tem tantas datas importantes e que são feriado que ter um dia nosso é algo incrível! Todos te ligam, te mandam recados, te compram coisas, te divertem, riem contigo...
Porque aquele dia é teu. É especial... Esse ano resolvi que não faria festa. Simplesmente porque nao estou afim. Mas aconteceram algumas coisas legais: A Leo lembrou do meu aniversário (ah se ela não entra na net lá do amazonas e nao vê os bolinhos no meu msn!!!); Falei com Liginha; Lula Pires me ligou!!! Massa!!! Ganhei flores do meu avô. Bolo surpresa. As gurias (Elisa, Mine e Mírian) me mandaram um livro, claro, liguei pra agradecer (obrigada!).
Também senti o sabor da voz da Li (muito bom)! Muitos recados no orkut. Recados daqueles que, às vezes, são esquecidos aqui... A GEEEEEE, com ela falei pelo msn (to com saudade da tua voz). A Iliana também me ligou! Gente, tenho medo de deixar alguém de fora... Tem a Lari e a Dri... Meus primos, tios.... Teve a carol de madrugada!
Sabe... Obrigada a todos, pois o melhor presente que cada um podia me dar, já deu. Deixam eu estar na vida de vocês como sou.

sábado, 16 de janeiro de 2010

O dia do cão

Hoje acordei com uma vontade de fazer algo diferente. Sabe, daqueles dias que você não sabe bem o que quer mas sabe que precisa fazer algo?
Pois, não estava certa do que queria, então, tomei banho e saí a vagar pelas ruas. Decidi ir ao shopping. Caminhei por entre as lojas por horas, liguei pra uma amiga e ela me encontrou por lá. Fomos ao cinema e depois um lanchinho.
Mas o dia ainda não estava satisfeito. Ainda sentia aquilo. Ao sair do shopping, ainda no finalzinho da tarde, deparei com uma loja dessas de animais. Não resisti. Parei o carro em frente e lá fui eu pra dentro da loja.
Tantos animaizinhos. Num canto estava uma porção de coelhinhos.... Uma coelha havia dado filhotinhos a poucos dias e lá estavam eles com aquela carinho de "porco" embaixa da dona coelha... As aves... O que dizer das aves. Uma mais linda que outra. Devo confessar que fiquei tentada a gastar meu dinheirinho com uma ave branca lindíssima... Tinha também animais exóticos. Um lagarto lindo. Uma cobra enorme e albina (estranho pra ser um animal de estimação, mas sabe como é, existe gosto pra tudo), um macaquinho prego - ah, mas pra tudo tinha licença.
Mas foi quando eu já estava quase saindo da loja que o vi. Alí, com seus olhinhos de piduncho. Um cãozinho. O cão. Meu cão. Não resisti e peguei-o no colo. Comprei tudo que precisava e o levei pra casa.
-- Hey, preciso te dar um nome - disse fazendo festinha quando cheguei em casa.
E, olhando pra estante bem na minha frente estava lá, bem grandes e douradas, as letras formando o nome dele...
-- Hércules!
Ele latiu. Parece que gostou. Assim Hércules mudou da loja de animais para a minha. Onde vive até hoje.
Para Elsa, minha amiga Portuguesa que me deu sua primeira palavra.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Incivilidade

Hoje estava vendo o jornal e começaram as notícias sobre o Haíti. Chegou um momento e disseram que as pessoas estão roubando. E, segundo a reporter, o embaixador do haíti nos Estados Unidos disse que a população está "perdendo a paciencia".
Nessa hora eu lembrei que estava devendo um texto, e esse é um bom momento. O que é "incivilidade"?
Sempre que levo temas como esses aos meus alunos eu costumo perguntar: Quem é que diz o que é o que?
Conceitos sociais são isso, sociais. São valores "impostos" por determinadas sociedades para os indivíduos. Sem esses valores as convivências seriam impossíveis. Afinal, andar na calçada, respeitar os espaços alhieos, "não roubar", palavras como "com licença, por favor, obrigado", ser educado com os mais velhos, dar lugar no ônibus... Nos permitem respeitar os demais pertencentes ao grupo.
Coisas que nos parecem simples, nos fazem falta, mas estão sendo perdidas. Mas aí eu escuto o cara na TV dizer que as pessoas estão começando a saquear, e que o medo começa a tomar conta do lugar e MAIS, que os que tem mais medo são aqueles que tem água e comida em casa... Então chegamos no ponto que eu queria. Onde está a civilidade de alguém faminto, sedento, desesperado pela vida.
Não seriam os valores da "civilização" tentativas de prender o homem da cavernas que somos? O animal cheio de instintos? Quem determina o que é certo e errado? Quem diz a uma criança que ela deve comportar-se assim ou assado?
Ño entanto, não penso que isso seja "ruim". Precisamos de bom convívio, precisamos entender as diferenças, não se pode ser egoísta ao ponto de julgar alguém pelo seu sexo, raça, credo, ou opção sexual... Mas lembrem-se, fui educada em uma familia cristã, e esses são os meus "valores". O que será que eu faria com fome, sede, frio, medo....

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Revendo a história

Ao despertar da noite insone
Acreditou o jovem Píramo
Que a hora era chegada.

Juntou os trapos do sofrimento
E a adaga, ao pé do amoral
E a vida desdichosa decidiu terminar.

Não havia esperaça alguma
Pois seu erro fora fatal
Assim decidido e firme
Começou o golpe final

Mas essa, da história difere,
Pois a tempo sua Tisbe chegou
E com todo amor que lhe confere
A vida de Píramo Salvou!


Aos que nao fazem idéia de que sejam Píramo e Tisbe vejam aqui. Uma versão bem bonitinha da história de Ovídio.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Saudade (de novo)

Estou alí, na varanda, vendo o morro atrás da casa, um livro pendendo no colo... Meus olhos estão perdidos quando escuto alguém ao meu lado:
-- Hey, tá aonde?
Olho, suspiro, sorrio. De repente ele olha para o livro que tenho nas mãos e compreende. Senta-se. Poe a mão em meu ombro e deita minha cabeça em seu colo.
Choro.
Deixo a saudade escorrer pelos meus olhos claros como o dia e tristes... Cada canto daquela casa, cada cheiro, cada detalhe de uma conversa me trás ela de volta ao pensamento. É minha primeira visita depois de tudo...
Ler um trecho do livro e não ter com quem tecer comentários, olhar o cachorro e não poder ouvir: "é um animal muito bonito", escutar o silencio da casa sem uma quebra dele com um chamado...
Descubro inconcientemente que ainda dói. Dói e muito. Essa saudade egoísta e dura que a prende aqui e não nos deixa em paz.
Quando termino de chorar seco minhas lágrimas na blusa dele e o olho nos olhos:
-- ...
Sorrio fracamente e deixo meu obrigada transparecer pelo sorriso.
-- De nada. Também é pra isso que estou aqui.