terça-feira, 6 de julho de 2010

Vazio


Estou sentada naquela pedra. Tudo ao redor se agita. Mas não estou alí. Me sinto uma estátua no meio da praça e à minha volta um sertão começa a existir.

É como se fosse o vacuo. O silêncio é o que escuto. Meus pensamentos também não tem vazão. A estagnação da alma também é total. O corpo está prestes a entrar no caos. O único desejo é de ficar alí. Parada. Imóvel.

Algo se forma em minha mente e provoca um pequeno movimento de cabeça...

-- Que vergonha!

O mexer do corpo, por mínimo que tenha sido, parece ter trazido a alma de volta. A reação provoca outra e vejo o andar de um conhecido. Ele vem com a mão erguida em minha direção. Toca meu ombro. Implora pela minha alma...

Eu pisco, como se estivesse acordando de um sonho - ou de um pesadelo talvez. Olho nos olhos dele... Os meus enchem de lágrimas.

-- Tudo bem, amor...

Me vejo envolvida no abraço dele. O ombro preciso para o choro. Rolam as lágrimas. Ele acalanta...

Depois de um tempo alí ele se mexe. Abraça-me pelos ombros:

-- Vamos para casa... Isso vai passar...

Sigo com ele. Os pés habituados a seguir os dele. Em casa estarei segura...