domingo, 8 de maio de 2011

Pro dia das mães

Há muitas definições sobre ser mãe. Mas eu vou dar as minhas: é nunca mais dormir aquele sono pesado, mesmo quando o bebê nem está na mesma casa. É viver se sentindo culpada por não ter tido a paciência suficiente, ter feito a melhor comida, a melhor escolha, viver se perguntando se está sendo mole demais ou dura demais. É pensar sempre, o tempo todo em outra pessoa que não seja você.

É viver o sentimento mais contraditório do mundo: quando você está cansada e quer que ele (ou ela) durma, e quando dorme ter uma saudade imensa. Toda mãe vive pensando que quer um tempo só pra ela e quando consegue, não pensa em outra coisa que não seja no filho. Eu sempre digo que vivo com saudade da minha, mesmo quando ela está perto de mim. É uma vontade de apertar tão forte como se fosse possível que ela voltasse a fazer parte, fisicamente, de mim.

É ter aquela responsabilidade absurda de que você precisa acertar. É um sentimento especial ouvir um "mamãe, você é linda maravilhosa" mesmo que outros já tenham dito isso alguma vez antes.

Eu sempre quis, antes mesmo de engravidar, criar a minha filha pro mundo e não pra mim. Não é à toa que ela consegue ser ainda mais independente que eu. E sempre estimulo isso, sem forçar a barra. Largou da fralda sozinha, trocou a chupeta por um brinquedo e nunca mais pediu, agora está toda faceira porque trocou o berço pela cama. Ajudou a carregar dois sacos de brinquedos para dar para as "outras crianças que não tem nenhum". Hoje me disse assim: mamãe, eu não sou mais bebê. Sou Sofia Grande já. E eu ri, claro. Mas fiquei preocupada.

Melina Santos, jornalista, produtora da RPCTV Ponta Grossa, professora da faculdade SECAL, estudante de pós em jornalismo digital e mãe da Sofia, de 2 anos e meio.

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