terça-feira, 2 de outubro de 2012

Tempo




Sentada na minha mesa de frente para a janela, olho o horizonte. Não que realmente haja um possível de ser visto por conta dos prédios todos ao redor, mas minha mente não vê os prédios...
Possivelmente esse vagear se dá porque nada surge. Dias e dias a fio sem que o trabalho flua... Estou aguardando os dias mas parece que a demora é mais opressora do que todo o resto do trabalho. A necessidade de que as coisas aconteçam bem é que me deixa assim.
Lá fora uma grande e pesada nuvem de chuva se forma. O vento já mostra o caminho que as gotas de água tomarão ao caírem. O alvoroço toma conta do escritório como um formigueiro prestes a sofrer um ataque de algum agente externo. Janelas que ficaram abertas, roupas no varal, crianças com pouca roupa... Mas meu corpo dormente escuta aquilo sem se mover. Meus olhos naquele ponto onde deveria estar o horizonte.

No canto da boca surge um sorriso. Penso na noite anterior e sei que nesse momento ele está na cama. Relaxando enquanto eu estou aqui... Nessa agonia do dia que não vai nem vem...

-- Mang?!

Saio do transe envergonhada.

-- As planilhas? Pode ser agora?

-- Claro.

Remexo o corpo que insistia em dormir e voltar ao transe. Fixo os olhos na tela do computador e procuro as planilhas tão desejadas. Encontro. Verifico se tudo está como tem que ser. Imprimo uma versão e envio para o e-mail do pedinte. Olho para o relógio.

-- Bandido...

Não andava rápido como tinha que andar...

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