Hoje, aqui na rede, deitada com ele ao meu lado, descubro em mim um sentimento diferente do amor.
Esse sentimento me faz lembrar de cada pessoa em minha vida e de cada volta que ela deu. De cada canto que eu conheci e de cada tchau que eu dei. Me comove por cada lágrima derramada por um amigo, por uma paixão, por um projeto...
É um sentimento limpo, puro, não quer nada mais do que o cheiro, o sabor e o som de um muito obrigado... Quando paro pra repensar as coisas que passaram, me pego sorrindo. Sei, tenho certeza disso, que não acertei todas as vezes, mas procurei fazer sempre o melhor, o meu melhor para que o outro fosse melhor e eu me tornasse melhor ainda... Autruísmo? Não, muitas vezes foi egoísmo mesmo. Pois, na possibilidade do outro estar bem eu também me sinto bem...
Ele se mexe na rede e me tira dos devaneios, eu volto a sentir o cheiro dele, o peso, minhas mãos começam um carinho em seu braço... Forte de homem maduro e trabalhador, suave de amante... Seu rosto, com a barba recém feita está tão sereno que nem parece cansado dos dias que tem passado. Eu amo aquele homem, e mais uma vez o sentimento aparece...
Um sentimento arrebatador que muitas vezes senti no olhar de um aluno, de uma escoteira, de uma universitária, o sentimento que me mantém sendo o que sou... Olho pro céu e agradeço, agradeço a Deus por me dar aquele momento e tantos outros que vivo. Sou, pelo menos me sinto, melhor por ter isso.
E, como num carrossel, Deus passa a escutar todos os meus agradecimentos por cada pessoa em minha vida. Cada Ferpa, cada Gigante, cada Formiga ou Florzinha, por todas as frutas do meu pomar e por cada uma que tem aquele sorriso maravilhosamente grande que nem gosta tanto que eu me preocupe com ela e todas as outras pessoas tantas responsáveis pela minha felicidade mesmo sem saber...
Sim, sou grata, grata pela minha vida louca e sossegada ao mesmo tempo em que num segundo estou só e no outro estou ao lado dele... Mais uma vez ele resmunga, mas dessa vez aproximo meu rosto do seu para tentar entender o que diz, sou pega desprevinida:
-- Mang, eu te amo!
E um beijo começa e encerra nossa conversa. Nada mais posso falar, pois de meu devaneio solitário fui arrebatada para a loucura do amor ao lado do homem amado.
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