quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Expressões Futebolísticas



No ‘’Hora Marcada’’ de hoje vamos falar sobre as expressões futebolísticas e tentar, do nosso jeito, explicar algumas delas.


Logo no apito inicial surge a primeira expressão, uma das tantas criações do grande ex-radialista Osmar Santos, é a famosa ‘’pimba na gorduchinha’’, mas tenha calma que ninguém está te chamando de gorda, é só um dos tantos apelidos carinhosos para a atriz principal da parti
da, a bola, também conhecida por menina, nega, pelota e redondinha.

O jogo começa e você se sente como se estivesse ouvindo a narração de um reality show em um zoológico, tem drible da vaca, cavalo paraguaio, frango pelo campo, gente fazendo gol como beija-flor e tantas outras gírias que confundem qualquer um. Mas não se preocupe que o assunto ainda é futebol. Expliquemos: drible da vaca não é quando você se obriga atravessar a rua quando vê alguém indesejável no caminho, mas sim quando o jogador toca a bola de um lado do adversário e pega do outro.

O cavalo paraguaio é aquele clube que começa bem o campeonato, mas por não conseguir manter o ritmo, termina em uma colocação intermediária. Já o frango é um gol, que seria altamente defensável, mas é aceito pelo goleiro, esse, então, vira o frangueiro da vez - nada a ver com aquele seu amigo que sai a noite e pega qualquer uma que vê pela frente.

Já a expressão "fazer o gol como um beija-flor", é dar aquela paradinha no ar, seguida de uma cabeçada, e mandar a bola pro gol, técnica que Dadá Maravilha, mesmo quando falava ‘’que não existe gol feio, feio é não fazer gol’’, dominava com a maestria de poucos.

Passado o reality show animal, o jogo tá ficando bom até que o jogador dá um chapéu, seguido de uma pedalada e lança a bola para o companheiro fazer um gol de bicicleta. Bom, o chapéu é compreensível, nesse sol até que pode ajudar em alguma coisa, mas pedalada e bicicleta? Que horas passou do futebol para o ciclismo que ninguém avisou?

Esse chapéu ninguém gosta de receber, é quando o jogador toca a bola por cima do adversário e a pega do outro lado, gíria também conhecida como lençol. A pedalada, que se popularizou depois de cair no gosto de jogadores como Ronaldinho Gaúcho e Robinho, é a passada dos pés por cima da bola, alternadamente, como se estivesse pedalando sobre ela. Já a bicicleta é quando o jogador fica na horizontal, de costas para o chão e, com os pés suspensos no ar, mete a bola pro gol e depois corre pro abraço.

Depois de um golaço o time começa fazer cera, catimba e firula, que são alguns sinônimos de enrolar o jogo para ganhar tempo, a firula sendo mais conhecida quando um jogador faz jogadas para impressionar os torcedores. O goleiro fecha o gol e, aos gritos de olé da torcida, o juiz encerra o espetáculo. Alguns vão dizer que foi zebra - que quem ganhou foi o pior, outros dirão que foi marmelada - que foi tudo armado, mas o que ninguém discorda é que foi uma belíssima partida de futebol.


O texto de hoje é da Francine Belem. Ela publicou no doentesporfutebol.com. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Tempo




Sentada na minha mesa de frente para a janela, olho o horizonte. Não que realmente haja um possível de ser visto por conta dos prédios todos ao redor, mas minha mente não vê os prédios...
Possivelmente esse vagear se dá porque nada surge. Dias e dias a fio sem que o trabalho flua... Estou aguardando os dias mas parece que a demora é mais opressora do que todo o resto do trabalho. A necessidade de que as coisas aconteçam bem é que me deixa assim.
Lá fora uma grande e pesada nuvem de chuva se forma. O vento já mostra o caminho que as gotas de água tomarão ao caírem. O alvoroço toma conta do escritório como um formigueiro prestes a sofrer um ataque de algum agente externo. Janelas que ficaram abertas, roupas no varal, crianças com pouca roupa... Mas meu corpo dormente escuta aquilo sem se mover. Meus olhos naquele ponto onde deveria estar o horizonte.

No canto da boca surge um sorriso. Penso na noite anterior e sei que nesse momento ele está na cama. Relaxando enquanto eu estou aqui... Nessa agonia do dia que não vai nem vem...

-- Mang?!

Saio do transe envergonhada.

-- As planilhas? Pode ser agora?

-- Claro.

Remexo o corpo que insistia em dormir e voltar ao transe. Fixo os olhos na tela do computador e procuro as planilhas tão desejadas. Encontro. Verifico se tudo está como tem que ser. Imprimo uma versão e envio para o e-mail do pedinte. Olho para o relógio.

-- Bandido...

Não andava rápido como tinha que andar...